sábado, 1 de agosto de 2015

Criado na CCB como mulher, Samuel Silva assume transexualidade

Desde o início deste ano, Samuel segue um tratamento hormonal com testosterona

Filho de pais crentes da Congregação Cristã no Brasil, Samuel Silva enfrentou todas as barreiras do preconceito. Diagnosticado como homem transexual,  ele nasceu biologicamente mulher, mas é psicologicamente homem.


Foram anos recebendo diferentes diagnósticos. Para cada doença, um remédio diferente. Bipolaridade, esquizofrenia e depressão. A única certeza que o psiquiatra de Samuel tinha era que havia uma justificativa médica para alguns cortes cujas cicatrizes ainda continuam visíveis em seus braços.

Certo dia, o especialista chamou a mãe do rapaz de lado e a alertou. “Existe alguma coisa presa dentro da sua ‘filha’. É muito grande, é muito forte. Eu não sei o que é. Mas vai chegar um dia que ‘ela’ vai soltar isso para fora e a notícia vai transformar toda a sua vida”.

Com aproximadamente 1,65 metros de altura, cabelo raspado com máquina dois, piercing na sobrancelha logo acima dos óculos que sobrepõe os olhos castanhos claros e um sorriso estampado no rosto. Samuel Silva, de 22 anos, é estudante do terceiro ano de publicidade e propaganda na Faculdade Cásper Líbero.

Ele faz parte dos 10% dos quatro mil transexuais que não se prostituem para sobreviver, de acordo com estimativa da Prefeitura Municipal de São Paulo.

Para formar um espaço online de desabafo e empoderamento, o jovem criou uma página no Facebook. A chamada “Um homem trans casperiano” tem como principal objetivo incentivar que os internautas mandem perguntas sobre o mundo trans, de forma anônima ou não, para serem respondidas por ele.

Samuel também é assessor de comunicação do IBRAT (Instituto Brasileiro de Transmasculinidades) e coordenador executivo do Fórum Paulista de Travestis e Transexuais.

Durante a infância, ele era uma criança como outra qualquer: jogava bola, soltava pipa, mas também brincava de boneca e de outras coisas ditas “femininas”. Como seus pais são evangélicos da Congregação Cristã no Brasil, ele e o irmão, dois anos mais novo, cresceram em um universo muito restrito com poucas informações a respeito de sexualidade.

No prédio em que viviam, na zona leste de São Paulo, havia uma “hierarquia” entre as crianças. Em um dia, enquanto brincavam de esconde-esconde na área de lazer do edifício com os meninos mais velhos, de cerca de 14 anos, Samuel afirma ter sido vítima de abuso sexual por parte de alguns deles. Na época, ele ainda adotava a identidade de gênero feminina. “A partir desse momento entendi que eu era diferente dos garotos e que não era bem-vindo nesse mundo masculino”, relata.

Os problemas começaram a se agravar no final do ensino médio na escola católica em que estudava, pouco antes do rapaz entrar para o curso de Publicidade e Propaganda da ESPM, faculdade na zona sul de São Paulo.

Em um período de dois anos, foram cinco internações em diferentes clínicas do Estado. Na última, teve o seu primeiro contato com uma mulher transexual. “Você ouve falar de travesti, aquele estereótipo de prostituição e só”, afirma enquanto relembra do encontro. “Homem trans eu nem sabia que existia, nem passava pela minha cabeça, era algo muito distante”, completa.

Era começo do ano de 2014 e nesta época Samuel já havia trancado o terceiro ano da graduação. A relação dos cortes com estiletes no braço para ‘punir’ o próprio corpo e aliviar o estresse emocional já estavam tomando outras proporções.

A amizade entre a mulher trans e o rapaz, que começou de uma conversa informal dentro da clínica, acabou se tornando a luz no fim do túnel para o estudante de publicidade. Após dois meses e meio de internação, ele saiu da clínica junto de alguns pertences que havia levado para lá, além de um pequeno pedaço de papel que mudaria a sua perspectiva de vida.

Com letras garrafais, a mulher havia indicado uma página no Facebook sobre o universo trans. “Quando eu comecei a ler os relatos dos homens trans desse grupo, eu me identifiquei completamente. Os discursos eram idênticos aos que eu tinha com relação ao meu corpo, aos meus sentimentos. Eu me vi naqueles rapazes e pela primeira vez na vida eu me identifiquei com alguma coisa e vi que não estava louco”.

Hoje, Samuel está economizando dinheiro para fazer uma mamoplastia masculinizadora (cirurgia de retirada das mamas). Enquanto não reúne a quantia suficiente, ele usa um "binder", faixa colocada no peitoral para esconder os seios.

Desde o início deste ano, segue um tratamento hormonal com testosterona, o que interrompe a menstruação, faz crescer pelos no rosto e no corpo, engrossa a voz e desenvolve os músculos. Também usa um pênis falso e roupas ditas “masculinas”.

No primeiro momento, a família teve dificuldades em aceitar a mudança, mas Samuel afirma que aos poucos eles começaram a ceder. “Eu acredito que tudo é uma questão de tempo. Meus pais, agora, estão começando a me chamar pelo nome social, pelo pronome certo. Eles estão se esforçando”. Enquanto isso, ele luta por seus direitos e de toda a comunidade trans.



Samuel planeja mudar o nome de registro no futuro, mas não quer alterar o gênero para não perder uma série de leis que protege as mulheres, como a Lei Maria da Penha. “Eu tenho um corpo vulnerável. Sou vulnerável ao estupro, agressão física. Não tenho garantia que essa lei me protegeria, caso mude o gênero. Não tem uma lei que proteja os trans”, afirma.

Assim conseguiu a transferência para o terceiro ano de Publicidade e Propaganda da Faculdade Cásper Líbero, região central de São Paulo, exigiu que todos o tratassem pelo pronome masculino e pelo nome social.

A página “Um homem trans casperiano" foi criada no início deste ano para que as pessoas possam entrar em contato com o mundo trans e interagir com Samuel. É um espaço de desabafo, militância e empoderamento.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

A homossexualidade e a Psicologia

Ótima resposta do pastor Caio Fábio sobre a homossexualidade e a psicologia.


Pergunta do leitor:
Estimado irmão e amigo Caio, A Paz de Cristo seja contigo e com todos os seus. Gostaria se saber qual seria a postura ética, dentro de uma perspectiva bíblico-teológico-cristã, que um psicólogo cristão deve assumir frente a questão apresentada por um cliente que diz ser homossexual, visto que segundo Resolução do Conselho Federal de Psicologia, o Homossexualismo não deve ser tratado como uma "doença" ou "distúrbio", ficando proibida qualquer terapia que vise modificar o comportamento do cliente ou que contrarie a sua opção. Nesse caso, como ser ético sem ferir os princípios de Cristo? Um grande abraço.



Resposta do pastor Caio Fábio:
Querido: Graça e Paz! Um psicólogo não pode cobrar para atender…se o negócio dele é “pregar”. A missão de um psicólogo é ajudar as pessoas a se enxergarem...não a de enxergar por elas. Quem não puder fazer isto com sabedoria e bom senso não está apto para ser psicólogo e, muito menos, para cobrar pela consulta. Se esse for o caso, o psicólogo que não aceita tratar a questão com a paciência de quem não decreta...deveria ser a de colocar uma placa dizendo: Aceito qualquer caso, desde que não seja homossexualismo. 

Essa é uma questão difícil, mas foi feita maior do que é. Jesus disse: Há aqueles que nasceram eunucos. Há os que os homens fizeram eunucos. E há os que a si mesmos fizeram-se eunucos por causa do reino de Deus. Ele, porém, concluiu dizendo: Nem todos estão aptos para este entendimento... O eunuco é alguém que nasceu com a supressão de sua sexualidade...ou que foi objeto de tal supressão...ou ainda alguém que não desejando usar sua sexualidade como ato sexual, suprimiu-a por conta própria. Nem todos estão aptos para isto... O que observo é que as igrejas estão cheias de homossexuais...os seminários e os ministérios pastorais também. Este site não me deixa mentir...e os muitos que me escrevem—incluindo pastores e muitos maridos—sabem que falo a verdade. Este mundo é caído...e todos experimentamos as deformidades da Queda...de um modo ou de outro. O sexo virou o pior pecado na lista cristã religiosa, mas aos olhos de Deus a inveja, a cobiça, as inimizades, as porfias, as facções, etc...figuram na mesma lista de defeitos essenciais: obras da carne. Pecado é o que Deus imputa...e, de fato, só Ele sabe o que imputa e a quem imputa. Nem todos estão aptos para este conceito também...apesar do salmo 32 e de seu aplicativo em Romanos 3 e 4. Uzá não pôde tocar na Arca, nem para ajudar...caiu duro de morto. Morreu de culpa e medo. Davi dançava diante dela...e também comeu do pão que não era pela lei permitido que se comesse...e nada lhe aconteceu. O que quero dizer com isto? Primeiro digo que Deus é o Deus de todos os indivíduos e não há ninguém na terra para cumprir o papel de vice-Deus. Também digo que na camuflagem evangélica só cresce mais doença como perversão. Como o tema é Tabu...então nem se fala nele e nem se o abre...pois quem o faz vira leproso...filho do inferno, etc... O que acontece então? Os piores homossexuais que conheço são crentes. São os mais promíscuos e os mais tarados...são os que mais praticam o sexo casual e descomprometido...dissolvendo cada vez mais suas almas e estragando de maneira horrível o seu ser...sua alma! Acabam se tornando capazes de votar numa “sessão” de “disciplina” pela condenação de um “colega de inclinação”—apenas porque o seu próprio caso ainda não ficou conhecido...ou jamais ficará; afinal, há muitos camaleões nas igrejas, tanto nos bancos, quanto também nos púlpitos! No curso dos anos já encontrei todos os tipos de homossexuais na igreja...inclusive psicólogos que são “rápidos no diagnóstico da doença”...até porque os iguais se identificam logo...mas que têm “casos” com alguns de seus próprios clientes... Alguns psicólogos e psicólogas cristãos fazem assim. Não peça para eu mencionar nomes...seria um estrago! Jamais faria isto...não seria ético. O que creio é que tudo o que se manifesta é luz—conforme disse Paulo. Eu gostaria que todos os homens gostassem de mulher e que todas as mulheres gostassem de homem, conforme a ordem da criação. Infelizmente, nem sempre é assim. O que eu faço? Bem, nunca encontrei um único homossexual que goste de sê-lo apenas por ser. A maioria “assumiu”... mas gostaria de não ter tido que assumir... De fato, gostariam mesmo era de nem ter sentido “a coisa” nas entranhas da alma. O que faço? Ajudo as pessoas a se enxergarem em Cristo. Mostro que Romanos 7 cabe tanto em “Paulo” como também em “Paula”. A dor é a mesma. Só os que não se enxergam é que pensam que as condições são diferentes aos olhos de Deus. Os homens fazem distinção entre pecado e pecado. Para Deus...todos pecaram... O que faço, então? Ajudo o individuo a chegar a Romanos 8. A livrar-se da condenação. Sem justificação não há paz e sem paz não cura ou apaziguamento psicológico para ninguém. A culpa apenas aumenta o agravo e aprofunda a doença...e esta...não é uma condição apenas de homossexuais...mas também de qualquer outra condição humana. Eu não sou pecador porque peco, eu peco porque sou pecador! O que tenho visto é que quando as pessoas são tratadas assim, na maioria das vezes, com o passar do tempo...elas acabam se fazendo eunucos por amor ao reino de Deus. Mas como Jesus disse, nem todos estão aptos... E maioria não está apta nem para ouvir esta verdade, e eu não temo dizer o que digo, pois, seja Deus verdadeiro e eu mentiroso, mas a Palavra da verdade não pode ser falsificada por conveniências. E como não creio que a salvação seja uma aptidão humana...prego a Cruz e ajudo o individuo a caminhar...pois creio no Espírito Santo...e creio que todo aquele que ouviu a Voz do Chamado para crer...deve crescer e se entender com Aquele que o chamou. Cada um ande conforme foi chamado, mas se tiver uma chance de libertação, que a abrace, conforme sugeriu Paulo em I Coríntios 7. Aquilo que o homem semear, isto também ceifará. Portanto, quanto mais culpa, mais pendor para a carne e para a morte; e quanto mais fé e confiança na Graça de Deus, mais haverá pendor para a Vida. Se eu advogasse o homossexualismo como padrão, eu mesmo seria um deles. Todos mundo sabe, entretanto, que minha mais intrínseca vocação instintual segue em outra direção. Isto torna as coisas mais fáceis para mim? É claro que não! Os que me julgaram e julgam...que o digam! O que sinto é compaixão...e não julgo a alma de ninguém...e nem me afasto de ninguém que seja “diferente”, desde que eu enxergue em sua “essência” a semelhança de Deus...e, certamente, verei que ele não é diferente de mim...nem para o bem e nem para o mal. Levai as cargas uns dos outros e assim cumprireis a lei de Cristo! Haverá um limite para essa compaixão? Creio que não. Há um limite para a ação ministerial de alguém que viva tal angustia na carne? Creio que sim! Eu, por exemplo, não ordenaria ao ministério pastoral um homossexual, tanto quanto Paulo diz para não fazer de um bígamo, um bispo. E por que? Ora, no mundo de Paulo a bigamia era normal...como o é muitos lugares e culturas. E como o Evangelho é para todos—e cada um venha conforme foi chamado—então que seja para todos mesmo. Todavia, Deus não criou Adão, Eva e Evita...e nem tampouco Adão e Adamor. Portanto, indicar Adão e Eva como referencia relativa de saúde humana é o modelo do princípio. Adão e Eva pecaram, mas continuam a constituir o modelo humano de intimidade e vinculação. No mais...deixo Adão e Adamor ouvirem, crescerem, conviverem e se sentirem amados. E sabe o quê? Ninguém piora quando é tratado assim! A verdade dá testemunho disto a meu favor. E, com certeza, ninguém vai querer que eu diga nomes. Jamais o faria...e os hipócritas sabem disso. Confiam na minha sinceridade nas confissões. Daí, com a maior cara de pau, eu ver toda hora muita gente não dizer ou escrever certas coisas olhando nos meus olhos, mas ouço as bombásticas declarações que fazem para os outros...com a cara mais pedrada. Esses sim, estão doentes e adoecendo a muitos. A Graça de Deus não gera libertinagem nunca. E se alguém não se ajudar e não for ajudado na Graça do Espírito do Evangelho de Cristo...não o será por mais ninguém e por nenhum outro poder da Terra. Mas nem tudo acontece no “tempo e nos prazos” da igreja. Tem-se que ter amor, paciência e graça para andar com os irmãos...nisto incluo a mim e você. Com todo carinho e com todo o amor da Cruz é que digo tudo o que digo. E que ninguém ponha em minha boca o que eu não disse. Quem o fizer...entenda-se com o Juiz de Vivos e de Mortos, que também é o Senhor de todos os viventes. Em Cristo, o salvador de ladrões e amigo de pecadores, Caio

terça-feira, 21 de julho de 2015

Sou casado, crente e sou gay. Não sei mais o que fazer.

A paz de Deus!

O que tenho pra falar jamais falaria a qualquer outra pessoa, principalmente com o ancião da minha comum, porque ele é como um pai pra mim, e nunca imaginaria tal coisa. Tudo começou quando eu ainda era criança, entre a idade de 10 e 12 anos de idade mais ou menos. Bom eu sempre senti atração por homens; mas quando criança não entendia isso muito bem; porém, o tempo foi passando, e comecei a perceber o que realmente estava acontecendo comigo. Mas eu nunca tive uma única relação homossexual. Hoje sou casado há cinco anos... Pensei que com o casamento resolveria o meu problema, mas só piorou. Deus confirmou através palavra que era da sua vontade que eu me casasse com minha esposa, e eu confiei na palavra. Quanto mais o tempo passa, mais essa atração por homens aumenta em mim. A minha esposa é maravilhosa, não tenho do que reclamar. Tenho pais excelentes, e nunca fui abusado sexualmente. Mas eu não entendo o que acontece comigo. Sei que isso é errado, e que Deus não se agrada; e sei também que estou erradíssimo. Eu sinto que estou traindo a confiança dos que me cercam...isso porque, ninguém, ninguém mesmo, faz idéia de que isto acontece comigo. Primeiro porque atendo reuniões familiares, sou músico, selado com a promessa e sempre procurei dar bom testemunho. Sou do tipo que faz tudo para atender as necessidades da obra de Deus. Desde muito novo eu frequentei as reuniões de jovens e menores, recitando e tocando; sempre fui muito ativo em tudo; isto faz com que as pessoas pensem que eu sou um santo, quando não sou; e isto está me sufocando a cada dia que passa. E em segundo lugar, venho de uma lar cristão, como dizem: "nasci na graça". Ultimamente não estou conseguindo ter relações com minha esposa; e as vezes ficamos quase 40 dias sem ter relação sexual... Mas me sinto atraído por homens, sexualmente falando. Se eu vejo um homem nu, por exemplo, um primo ou alguém no vestiário, eu fico tremendo por dentro! É algo que mexe com os meus nervos, é muito forte. Mas o que não me levou a tomar um a atitude de assumir isto ou abandonar tudo é que eu penso muito no escândalo que eu traria para a obra de Deus; e feriria profundamente os irmãos pela confiança que eles tem em mim.Também não teria coragem de assumir porque amo muito os meus pais, e eles não merecem passar por isso. Bom, sinceramente, queria ser uma pessoa normal. Queria gostar de mulheres. Só que não consigo de jeito nenhum. Gosto de homens. Eles me atraem assim como creio que as mulheres atraem os homens. É um horror pra mim! Espero poder ouvir de você algo para minha vida. Estou cansado de não ser verdadeiro comigo mesmo. Tenho sido tentado também em pornografias de sites gays. Se puder me ajudar sou grato. 
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Amém irmão!

Sua situação é muito mais comum do que você pode imaginar. Conheço diversos casos de casamentos falidos na CCB, onde um dos cônjuges é homossexual e acabou se casando para cumprir com uma agenda social.

Você foi ensinado desde criança que sentir-se atraído por alguém do mesmo sexo é pecado, e não apenas um pecado comum, mas um dos piores pecados que há. Por este motivo você pensa que o seu sentimento é errado, quando na verdade não é. Homossexualidade é uma condição comum, e existem muito mais homossexuais do que você pode imaginar, muitos casados como você, e muitos com filhos. Você precisa na verdade é, acima de tudo, aceitar sua condição sexual, por experiência própria eu digo que este é o maior desafio do gay. Você também precisará tomar uma importante decisão: ser honesto com sua esposa, contar a ela toda a verdade e deixa-la seguir sua vida, buscando um homem que a complete sexualmente. Você também merece ser feliz, e se for paciente um dia poderá encontrar alguém que te complete sexualmente. Com certeza essa reviravolta na sua vida irá chocar muitas pessoas, mas isto é necessário para que caia a máscara da hipocrisia religiosa, que induz o homossexual a se reprimir em nome da família tradicional e supostamente da palavra de Deus.

domingo, 12 de julho de 2015

A confirmação da Palavra para casamento na CCB


Quem é ou já foi da CCB sabe que é doutrina da igreja a pratica da busca da palavra para confirmação de casamento. Nos meus 11 anos frequentando as reuniões para jovens e menores e reuniões para o mocidade presenciei um número enorme de pregações confirmando casamentos. Em outras situações, também ouvi pregações onde supostamente Deus estava desconfirmando a intenção de duas pessoas de se relacionarem maritalmente, para desespero de alguns casais. A pratica da busca da palavra para casamento na CCB é tão forte e enraizada na igreja quanto a do ósculo santo, a oração de joelhos, o uso do véu ou até mesmo o próprio batismo. Além do mais, quanto mais ficar evidente que um casal está se casando porque foi esta a vontade de Deus, através de confirmações, profecias e sinais, mais bem visto ele será pelo resto da irmandade, e mais propensos os homens serão para ocupar cargos no ministério. Não raras vezes ouvimos testemunhos de anciães nas Reuniões da Mocidade dizendo que eles não queriam se casar com as esposas que eles estão hoje, mas que Deus por sua palavra revelou que aquela irmão seria a sua companheira. Muitos fazem questão de enfatizar que não se amavam, e que até mesmo repudiavam, mas que por revelação da Palavra eles chegaram ao casamento, e que atualmente vivem uma vida de muita felicidade. 

Não obstante, a parte podre desta história é sempre abafada. Atualmente um número altíssimo de casais se separam dentro da CCB, em sua maior parte pessoas que se casaram justamente após buscaram a divina revelação da palavra, tendo recebido a confirmação divina de que os tais deveriam contrair matrimônio. Outros receberam confirmações através de profecias de irmãos ou irmãs. Mas o que pode ter dado errado? 

Quando eu tinha cerca de 22 anos, na fase em que eu ainda não me aceitava como homossexual, devido ao sentimento de culpa que a igreja me embutia, eu pedi uma irmã em namoro e a chamei para buscar a Palavra comigo, para saber se era a vontade de Deus que nós nos casássemos. Naquela noite, o ancião da minha então comum congregação pregou a palavra em Rute 2, onde diz Rute vai rabiscar espigas nos campos de Boaz. A pregação toda foi "confirmando" casamento entre duas pessoas que estavam ali. Saímos da igreja com a certeza de que Deus havia respondido com um "sim" a nossa intenção de casamento...apenas duas coisas não se encaixavam nesta história toda: 1- Eu sendo homossexual enrustido, como iria fazer uma mulher realizada na cama? E não apenas isto, como eu me sentiria realizado sexual e afetivamente com uma mulher? Mesmo assim Deus teria confirmado nossa união. 2 - Aquela moça era apaixonada por um outro rapaz, e em outra situação eles já haviam buscado a palavra e recebido a confirmação de casamento, porém ele já estava namorando outra moça e acabou por se casar com esta outra meses mais tarde. Graças a Deus que esta relação não foi para frente, e nós não chegamos nem mesmo a namorar. Será que desobedecemos a Palavra de Deus? Risos.

É por histórias confusas como a relatada acima que muitas moças e moços homossexuais acabam se casando, gerando filhos e posteriormente abandonando seus lares para serem quem realmente eles são. Na minha ex comum houve inclusive uma moça, filha de um casal de porteiros que se casou com um rapaz gay e, tempos mais tarde ele a deixou, revelando sua homossexualidade. Conheço inúmeros outros casos de irmãos gays que se casaram supostamente por revelação da palavra, e que hoje vivem uma vida dupla, outros já se divorciaram, com filhos piorando ainda mais toda essa situação.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Flagrado em app de encontros gays, pastor deixa igreja nos EUA

Isto é muito mais comum do que a maioria dos crentes pode imaginar. Na CCB estes fatos simplesmente são abafados. Recentemente houve uma revelação bombástica sobre um ancião dos mais conceituados de São Paulo que foi descoberto sendo portador do vírus HIV e tendo um relacionamento extraconjugal com um homem por vários anos.

Reverendo Matthew Makela havia condenado comportamento homossexual.

Casado e pais de cinco filhos, ele procurava parceiros no Grindr.




Um reverendo luterano norte-americano acostumado a dar declarações contra homossexuais e transgêneros foi flagrado usando aplicativos de relacionamento voltados para a comunidade LGBT. As conversas de cunho sexual do pastor Matthew Makela no Grindr, que incluíam fotos dele nu, levaram a Escolha e Igreja Luterana St. John, de Michigan, a anunciar nesta segunda-feira (18) que ele havia se desligado.

“É com pesar que eu informo a vocês que o Pastor Makela anunciou sua resignação como pastor da St. John por meio de uma carta”, afirmou o reverendo Daniel Kempin, segundo nota divulgada no site da igreja.

O site “Queerty” publicou bate-papos de Makela, que confirmou ser o autor das mensagens, mas não quis fazer comentários a respeito. Segundo ele, a saída da congregação ocorreu após sua esposa – ele é pai de cinco crianças – e seu supervisor demonstrarem preocupação.

Opiniões sobre gays

O comportamento do pastor e sua vida privada divergiam das opiniões que ele dava em público. Makela condenava gays. Comentando o texto de um pastor publicado em um jornal cristão, fez comparação entre homossexualidade e alcoolismo.

A revelação da identidade sexual de Makela faz parte de um movimento nos EUA de expor homens públicos que se manifestam contrários aos direitos da comunidade LGBT, mas possuem, em sua vida particular, relações homossexuais.

“Eu amo pessoas que tem atração pelo mesmo sexo, assim como Deus. A prova está no sacrifício que Ele fez por todos nós que pecamos. Nós não dizemos a uma pessoa nascida com tendência a abusar do álcool para continuar a alimentando seus desejos inatos porque ele não pode ajudar nisso. Nós tentamos ajudá-lo em sua luta”, escreveu.

Segundo o reverendo Kempin, “os detalhes do pecado que foram mantidos confidenciais estão sendo postados on-line por aqueles que querem atingir a família Makela e a St. John.” A igreja apagou sua página no Facebook.

Exposição
Isso ocorreu com o deputado Randy Boehning, de 52 anos, que, apesar de trabalhar para minar um projeto de lei para proteger gays de discriminação, possuía perfil no Grindr.

FONTE: G1

terça-feira, 30 de junho de 2015

Homens gays relatam drama de viver casamentos de fachada com mulheres

Décadas atrás, quando os gays da Grã-Bretanha e de outros países ocidentais tinham de enfrentar o ostracismo e viviam sob a ameaça de serem processados, muitos optaram por se casar e esconder sua sexualidade.
Mas mesmo agora, com uma aceitação crescente, alguns continuam optando pelo mesmo caminho.
Nick, que está na casa dos 50 anos, é casado com sua esposa há 30 anos. Ele é gay.
Ele acha que sua mulher suspeitava há muitos anos de sua sexualidade, mas conta que tudo veio à tona quando ele teve um relacionamento com outro homem.
"Ela (esposa) perguntou se eu queria deixá-la, mas eu não queria. Acima de tudo, ela é minha melhor amiga. Então decidimos que continuaríamos juntos como melhores amigos", diz.
Nick não é seu nome real – muitos amigos e parentes do casal não sabem que ele é gay e ele prefere se manter anônimo para proteger sua esposa.
Ele conta que, desde o começo, o casamento não era completo, com muitas dúvidas sobre se eles haviam feito a coisa certa. Ele sempre teve dúvidas sobre sua orientação sexual, e isso se agravou com o tempo.

Tolerância

Grupo de apoio
'Não existimos no mundo gay porque somos casados'

Como muitos outros homens nessa situação, Nick se viu vivendo uma vida dupla. Na superfície, ele era um homem em um casamento feliz. Mas ele também tinha o hábito de ver pornografia gay. E conta que há seis anos, acabou se relacionando com um amigo gay quando ambos ficaram bêbados.
Nick conta que sua esposa ficou irritada e desapontada quando ela descobriu, e que, àquela altura, ele não tinha mais como negar que era gay.
"Senti que era a oportunidade ideal para ser honesto e contar para ela sobre algo que ela já suspeitava. Então, concordamos que eu se eu não fizesse mais isso, não tocaríamos no assunto – e quando voltasse a acontecer, iríamos falar sobre isso."
Nick admite que seria melhor para sua esposa se ele tivesse admitido antes que era gay. Ela lhe disse que estava desapontada porque ele não havia confiado nela.
"Eu ainda me sinto totalmente grato a ela todos os dias por ela ser tão tolerante", conta.
O casal optou por permanecer junto não por conta das crianças, já que eles não têm filhos, mas, sim, pelos sentimentos que nutrem um pelo outro.
"Está tudo bem com a minha esposa. Tanto que ainda amamos um ao outro e ainda estamos juntos. Mas as coisas poderiam ter sido bem diferentes."
Apesar de o casal continuar junto, eles agora dormem em quartos separados.
Nick prometeu à mulher que ele não vai mais ter relações sexuais com outros homens – ele diz que deve isso a ela.
Mas será que ele consegue manter sua promessa. "Espero que sim. Essa é minha intenção. Sinto como se não tivesse tido uma opção no passado, como se algo tivesse sido imposto a mim. Agora estou tomando a decisão que me parece acertada, que é manter o celibato."
Nick participa de um grupo de apoio chamado Gay Married Men (Homens gays casados), que tem sede na cidade britânica de Manchester e foi fundado há 10 anos. Vários homens viajam de outras partes do país para participar das reuniões.
O fundador do grupo, que prefere ser chamado apenas de John, conta que os homens são, em sua maioria, mais velhos, sendo que muitos casaram nos anos 70 e 80, quando a sociedade era mais hostil aos gays.
Mas por que então eles se casaram?
Nick conta que muitos dos participantes participam do grupo justamente para tentarem se entender.
Andy, de 56 anos, dá seu depoimento: "Alguns achavam que estavam apenas passando por uma fase e que logo encontraria uma mulher que o transformaria em uma homem de verdade, como muita gente dizia."
John, um professor de Manchester que foi casado por sete anos, diz que ele demorou para perceber que era gay. Ele sabia que sua sexualidade era ambígua, mas ele não tinha nem vocabulário para defini-la.
"Eu não sabia como era um homem gay. Na verdade, eu sabia que os gays era afeminados. E eu não me sentia assim. Logo, eu não poderia ser gay, não é?"
Os membros do grupo estão em diferentes estágios. Alguns apenas suspeitam que sejam gays, enquanto outros vivem ou viveram com suas esposas, sendo que algumas delas já se casaram com outros homens.
John agora é casado com um homem que é seu parceiro há 23 anos. Andy está se divorciando de sua mulher após 30 anos de casamento e quatro filhos.
"Eu ainda a amo. Nós somos muitos próximos. Somos melhores amigos – o que pode soar estranho para alguns, mas temos quatro filhos juntos…"
Mas muitos outros continuam casados seja por conta da expectativa de amigos e parentes ou porque eles têm filhos e não querem que a família se separe.
Jonh diz que muitos homens se veem desesperados e sem nenhum apoio – muitos sofrem de depressão severa.
"Já vimos muitos caírem no choro porque eles estavam decepcionados e agora estão aliviados por terem descoberto que há outros homens na mesma situação. Porque isso é parte do problema, nós somos um mito, não existimos", conta John.
"Não existimos no mundo gay. Estamos no limite do mundo gay porque somos casados. E não existimos também no mundo hétero. Então, somos invisíveis."
Os membros do grupo dizem que não julgam pessoas como Nick e que a mensagem principal é a de que esses homens não precisam passar por isso sozinhos.
"Há pessoas que estão conseguindo lidar com sua sexualidade e sua família. Eles ainda se relacionam com os filhos, não foram cortados do relacionamento familiar", conta Nick.
"Eu, definitivamente, estou mais feliz agora – ser honesto com a minha mulher me tirou um peso das costas."
Fonte: BBC

terça-feira, 23 de junho de 2015

Ao Ministério da Congregação Cristã no Brasil

Uma Carta ao Ministério da Congregação Cristã no Brasil

Queridos irmãos Anciães, Cooperadores, Cooperados de Jovens e Diáconos, a Santa Paz de Deus seja convosco!

Em nome dos milhares de rapazes e moças homossexuais da Congregação Cristã no Brasil, deixo minhas considerações sobre vossas recentes pregações no tocante à homossexualidade, dentro dos inúmeros templos espalhados pelo nosso país.

Todas as vezes que os irmãos abordarem este tema, tenham em mente que garotos muito jovens estão ouvindo vossa pregação. Quer vocês aceitem ou não, a homossexualidade não é um comportamento aprendido, mas sim uma tendência involuntária que abrange cerca de 10% de toda a população mundial, e vossos filhos, netos e bisnetos não serão poupados desta estatística pelo simples fato de vocês proferirem ameaças de condenação eterna em um lago de fogo ardente caso eles sejam gays. Se vocês fossem mais próximos da mocidade, iram notar que desde criança alguns meninos são mais delicados que outros, apresentam gostos e preferencias que divergem da maioria do grupo, e muito certamente estes meninos se tornarão adultos gays. Isto é explicado pela psicologia e pela pedagogia, e não se trata de influência externa. Portanto, abandonem o preconceito de que as pessoas se tornam gays por influência externa, quando esta é, de fato uma característica inata de muitos seres humanos.

Muitos dos irmãos sabem que a Congregação está repleta de rapazes gays, mas não querem que estes moços entendam sua própria sexualidade, obrigando-os através de terror psicológico, isto é, ameaça de condenação eterna, a se camuflarem no meio da multidão, fingindo serem héteros seletivos que não querem se casar para ter uma melhor condição financeira. Vemos moços beirando os 30 anos sem nenhum interesse por mulher e os irmãos querem mesmo que o povo acredite que eles estão esperando em Deus? Sejamos realistas e encaremos os fatos, estes rapazes são gays e é melhor mesmo que eles não se casem com nenhuma irmãzinha, a menos que ela esteja ciente de que irão contrair matrimônio com alguém que gosta da mesma coisa que ela, mas que para manter as aparências prefere se casar para evitar cobranças sociais.

Parem também de usar Romanos I para oprimir os milhares de crentes homossexuais através de vossas pregações. Leiam e releiam mil vezes este capítulo antes de qualquer pregação. Entendam qual era a ideia de Paulo sobre a homossexualidade: pessoas que não se interessavam por Deus e nem queriam saber dele foram entregues à paixões da carne. É este o caso dos gays aos quais vocês estão pregando? Acredito que não, e vocês também sabem que não, pois são auxiliares, músicos, meninos que vocês viram crescer desde os primeiros passos na RJM recitando salmos e que sempre adoraram ao Deus de Israel, buscando sempre seus conselhos. Além do mais, para Paulo estes supostos gays eram iníquos, malignos, homicidas, aborrecedores de pai e mãe. Qual é a relação deste capítulo com a mocidade homossexual à qual vocês estão pregando? NENHUMA, portanto adequem vossas pregações e sejam coerentes. Citar Levítico para suportar vosso preconceito contra gays?  Nem pensar, a menos que vocês também sejam a favor de outras leis leviticas como abster -se de frutos do mar, não usar roupas de dois tecidos diferentes, apedrejar até a morte filhos desobedientes, e tantas outras coisas sem sentido para a nossa sociedade moderna. Também não vale argumentar que Deus criou macho e fêmea, e mandou-os encher a terra. Quando isto aconteceu a terra só tinha Adão e Eva, hoje somos mais de 7 bilhões e até 2050 seremos quase 10 bilhões. A terra já parece estar bastante cheia não parece? E mesmo assim, quando "macho e fêmea" cristãos se casam hoje em dia evitam filhos através de métodos contraceptivos, aparentemente ferindo o mandamento bíblico de reprodução? Por que isto é tolerado e o cristão homossexual é condenado? 

Pensem que a cada vez que vocês falam contra a homossexualidade vocês estão ferindo na alma uma boa parcela da mocidade que vive um conflito de FÉ x SEXUALIDADE, conflito este causado pela própria Igreja, levando centenas de jovens gays à depressão e muitos até mesmo ao suicídio. 

Lembrem-se de que a missão de Cristo na terra era a de Salvar, e não a de condenar. Aliás, Jesus condenou apenas o sistema religioso de sua época, o judaismo, o qual se atinha a ritos, dogmas e formalidades. Jesus foi um revolucionário da sua própria fé, questionando a condenação daqueles que quebravam o sábado e desafiando o excesso de zelo dos escribas e fariseus. Antes de proferir qualquer palavra contra os homossexuais em vossa próxima pregação pensem duas vezes e reflitam: Será que Jesus falaria isto?

E para finalizar, é bom lembrar que o casamento entre pessoas do mesmo sexo é uma realidade do nosso tempo, portanto mesmo que a igreja não aceite este tipo de união é dever de todos respeitar as decisões que cada indivíduo toma sobre sua vida. Assim como cada um pode escolher qual religião praticar, também pode escolher com quem se unir e se casar, e esta decisão deve ser respeitada. Também não se esqueçam que nossa constituição garante o direito à integridade moral do ser humano, então nada de chamar casais homossexuais de aberrações, filhos do demônio nem nada do gênero. Lembrem-se de como Jesus tratava os que iam após si. 

Deus vos abençoe e vos revista de sabedoria para pregar.

Vosso irmão em Cristo.




segunda-feira, 15 de junho de 2015

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Irmão gay é levantado para cooperador de jovens



Recentemente um certo irmão da minha região, cujo nome prefiro omitir, foi levantado para o ministério de cooperador de jovens. Este mesmo irmão foi auxiliar de jovens na minha primeira comum congregação. Músico e de família tradicional na CCB, lembro-me dele pregando a palavra na RJM por diversas vezes no final dos anos 90. Na época eu era um pré-adolescente. Ele era uns 4 ou 5 anos mais velho que eu. Nunca fomos amigos, nem inimigos. Ele pertencia a um grupinho  "seleto" de irmãos mais populares, enquanto que e estava dando meus primeiros passos dentro daquela igreja.

Os anos se passaram e este irmão se casou com uma daquelas irmãzinhas também populares, organista, da mesma comúm. A esta altura eu já havia mudado de comum, e acabei não tendo tanto contato mais com aquele rapaz.

Mais alguns anos se passaram. Estamos agora no ano de 2012. Estava eu no meu trajeto de volta do trabalho aguardando o metrô chegar e, de repente, avisto aquele mesmo rapaz que pregava nos cultos da RJM, lá no final dos anos 90 na minha ex comum. A esta altura eu já havia me assumido como gay e já não ia mais à igreja com a mesma frequência. Ao avistá-lo, continuei mexendo no meu celular, sem dar nenhum sinal de que eu o conhecia. Logo chegou o trem e embarcamos em portas diferentes, porém no mesmo vagão. Continuei ouvindo minhas músicas, como de costume. Algumas estações mais a frente, surpreendentemente, aquele homem se aproximou de mim e disse que me conhecia de algum lugar, mas não sabia de onde....Logo tratei de refrescar sua memória, dizendo que nós fizemos comum na mesma congregação por algum tempo, quando eu ainda era quase uma criança. Na verdade, não acreditei na versão de que ele não se lembrava de onde me conhecia, mas estou convencido de que ele queria apenas puxar assunto de alguma forma por saber da minha saída do armário pelo que irei relatar a seguir.

Logo percebi naquele rapaz um interesse particular por saber da minha vida, dos porquês de eu não estar mais na CCB. Então, sem nenhum rodeio, contei a ele que eu havia me assumido homossexual, e que por isto havia deixado de congregar como antes, pois sabia que a igreja não via com bons olhos pessoas que se assumem.  Era tudo o que ele precisava ouvir para entrar de vez neste assunto. De cara ele me disse: "fora os muitos enrustidos que estão lá na igreja". A conversa se desenrolou por esta linha até que nossa estação de desembarque chegou. Quando descemos, e indo pelo mesmo caminho, ele me confessou que sentia-se atraído por homens e que inclusive já havia tido algumas experiências homossexuais, antes e depois de casado. A esta altura da conversa ele olhava para mim de uma forma diferente, como quem estivesse me desejando e, por fim, me convidou para ir a sua casa. Disse que sua esposa não estaria lá e que por isso teriamos a casa somente para nós. Fiquei um pouco assustado com tamanha ousadia, e de pronto lhe disse que eu não iria, mas que poderíamos conversar sobre sua situação. Entramos em uma padaria, pedimos algo para tomar e ele me confessou que seu casamento estava uma desgraça, que por diversas vezes pensou em se divorciar, mas que não tinha coragem de se assumir, muito menos agora com um filho. Sua família não aceitaria sua condição sexual. Eu o aconselhei a ser ele mesmo, e deixar de enganar aquela moça, pois quanto mais o tempo passa mais difícil fica sair de uma mentira. Conversamos por um bom tempo naquele recinto e logo nos despedimos. 

Qual não foi minha surpresa há poucos meses, ao chegar em casa meu pai disse que o irmão fulano havia sido levantado para o ministério de cooperador de jovens. Sinceramente cheguei a pensar que fosse um outro irmão de mesmo nome, mas para minha surpresa tratava-se da mesma pessoa, o mesmo irmão que me assediou e que revelou ter traído a esposa com outro homem, foi posto à frente de uma igreja para ensinar os jovens sobre regras e bons costumes cristãos. Fico me perguntando: Meu Deus, quantas outras coisas ocultas não devem haver por aí?!