domingo, 14 de agosto de 2011

O beijo gay e a insensatez de Insensato Coração



Insensato Coração, a novela da Rede Globo exibida desde Janeiro de 2011, escrita por Gilberto Braga e Ricardo Linhares e dirigida por Dennis Carvalho, aborda um tema bastante debatido pela população brasileira nos últimos tempos: a homossexualidade.

A relação amorosa entre Eduardo (Rodrigo Andrade) e Hugo (Marcos Damigo), vem despertando comentários dos mais diversos por aqueles que são contra e os que são a favor do relacionamento entre pessoas do mesmo sexo.

Um dos pontos mais polêmicos do debate é o fato de ter ou não o primeiro beijo da televisão brasileira entre dois homens (já que o primeiro beijo gay foi exibido pelo STB em 11 de maio de 2011 na novela Amor e Revolução, pelas personagens lésbicas de Luciana Vendramini e Gisele Tigre).

O beijo gay tem sido censurado ao longo de toda a história da TV brasileira. Diversas outras novelas e seriados abordaram a temática homossexual, mas a mídia teria alegado que a população não estaria preparada para ver a demonstração de carinho e afeto entre iguais. “A moral do brasileiro não permite a exibição, sobretudo em horário nobre, de uma cena que fira os princípios da família”, é a argumentação superficial apresentada pelos ‘moralistas’ de plantão. “Nossas crianças não podem e não devem ser influenciadas às praticas do homossexualismo, algo completamente fora dos padrões naturais e sociais”, completam os mesmos pensadores.

Muito interessante se torna a análise mais profunda do conteúdo das telenovelas brasileiras versus as argumentações dos que defendem os bons princípios socioreligiosos, numa sociedade onde boa parte da população diz freqüentar a igreja pelo menos uma vez por semana.

Basta ligarmos a TV e assistirmos um capítulo de qualquer telenovela para constatarmos que a mídia não está nem um pouco interessada em transmitir bons princípios: traição (adultério), nudez, cenas de sexo praticamente explícito, pessoas que acabaram de se conhecem e já vão para a cama, bebedeira, traições morais, ódio, assassinatos, vingança, calotes, enganos e trapaças são apenas algumas das temáticas abordadas e defendidas como “normal e natural”, já que elas refletem o dia-a-dia vivido por milhões de pessoas. “No final das contas, tudo acaba bem”, defendem os autores das novelas.

Será que o beijo gay seria mesmo tão chocante para a população? Muitos alegam que isto poderia influenciar crianças e jovens a desenvolverem o desejo pelo mesmo sexo. Este argumento não é nada além do que uma falácia descabida, uma vez que homossexuais nasceram de pais heterossexuais e foram criados em um ambiente onde o amor e o afeto eram predominantemente demonstrados entre heterossexuais, mas isto não os influenciou a serem héteros.

Fica aqui a dica: quem quiser mesmo defender os bons costumes e estar livre das más influências, saia da sala imediatamente após o término do Jornal Nacional, pois tendo ou não o beijo gay, a novela brasileira está muito longe de ser um guia prático de princípios cristãos a ser seguido.

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