Nas igrejas evangélicas, é predominante a idéia de que a homossexualidade é um pecado de morte. Um pecado tão mortal e tenebroso que a maioria dos gays cristãos prefere viver enclausurada dentro de uma aparente vida heterossexual, chegando até mesmo, em muitos dos casos, a contrair um casamento hétero, com direito a filhos e tudo mais. É como se a pessoa vivesse constantemente dentro de um teatro e sua vida comum fosse uma peça sem término nem fim. Quanto mais ele encena, mais o público, neste caso, a igreja, aplaude.
Após contar-lhe que há anos eu vivia um conflito devido a minha natureza gay, ele me confessou que, embora casado, pai de família e ministro cristão, ele também era homossexual. Eu fiquei um tanto assustado com sua revelação, pois não imaginava mesmo que ele fosse gay. Tim acabou me contanto que, quando jovem, buscou conselhos com um ancião de sua igreja sobre este assunto e o mesmo lhe disse que o casamento seria uma saída divina para sua homossexualidade. Algum tempo depois, Tim conheceu sua esposa Lindsay*, a qual ele disse amar verdadeiramente, e com quem ele teve 4 filhos. No entanto, ele continuava a sentir atração por homens e, a uma certa altura de sua vida conjugal, sua esposa acabou por descobrir sobre sua homossexualidade. Seu casamento entrou em crise e eles passaram a dormir em quartos separados. Por causa dos filhos não conseguiam se separar e Tim então passou a ter encontro amorosos com homens, com a ciência de sua esposa.
Tim é um exemplo claro do tipo de “artista” que as igrejas evangélicas podem gerar entre seus fiéis homossexuais, artistas estes que desejam tão vorazmente permanecer no palco que abdicam de suas vidas reais, sem medir limites e conseqüências, para alcançarem a premiação prometida para aqueles que permanecerem “firmes e fiéis até o fim”.
*Nome fictício
*Nome fictício