quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Pedofilia: um crime silencioso no seio das instituições mais tradicionais da sociedade



Um estudo estatístico nos Estados Unidos mostrou que 75% ataques sexuais juvenis ocorrem por alguém próximo da vítima, sendo grande parte dos casos o pai ou padrasto. 80% das vítimas são mulheres.

Em 2017 um escândalo veio à tona na Igreja Católica da Austrália, quando um relatório de 4.444 pessoas denunciou abusos sexuais sofridos na infância dentro daquela instituição naquele país. 78% das vítimas eram homens e 22% mulheres. Muitos dos abusadores pertenciam ao alto escalão da igreja.

Olhando para os números acima, eu me pergunto onde está verdadeiramente o problema. A família e a igreja são as instituições mais tradicionais e, teoricamente, as mais confiáveis do mundo. Sabendo disso, pessoas má intencionadas usam da confiança de inocentes para cometer crimes horrendos, causando traumas físicos e emocionais muitas das vezes irreparáveis na vida milhares de crianças.

Uma relação absurda que lemos geralmente é o da pedofilia e da homossexualidade. Muitas pessoas acreditam que ambos estão diretamente correlacionados, mas basta olhar para as estatísticas de abusos domésticos para notar que a pedofilia no lar é predominantemente heteronormativo. No caso dos ataques na Igreja Católica, homossexuais reprimidos e acobertados por uma instituição (a Igreja Católica) que impõe o celibato se esconderam atrás da batina e atacam garotos coroinhas. Em todos os casos, há um crime gravíssimo sendo cometido. A prática do ato sexual não consensual é um ato criminoso, e crianças não tem poder nem discernimento sobre seus corpos.

Por outro lado, grande parte da nossa sociedade acha que o real problema moral está em “exibir o beijo gay” entre dois adultos em horário nobre da TV aberta, o casamento entre pessoas do mesmo sexo ou dois homens andando de mãos dadas ou trocando carícias em público. Essas pessoas que defendem “os bons costumes” acreditam que as crianças irão ser influenciadas negativamente por presenciar o amor entre dois iguais, e não cuidam que talvez elas estejam sendo atacadas por alguém de sua extrema confiança, como um tio tarado ou um pastor criminoso.



Os homossexuais foram reprimidos, atacados, humilhados, presos e mortos durante centenas de anos. Inúmeros homens e mulheres importantes da história eram gays, mas não podiam assumir suas verdadeiras preferências por causa da opressão social. Estamos vivendo um tempo de mudanças e de liberdade. Cada ser humano adulto tem o direito de amar quem bem entender, seja alguém do sexo oposto ou do mesmo sexo, desde que seja outro adulto e que seja recíproco e consensual. Assim como o divórcio foi tabu por séculos no Brasil, mas foi plenamente legalizado recentemente, o casamento entre pessoas do mesmo sexo também veio para ficar.

Portanto, antes de apontar o dedo para alguém que é assumidamente homossexual, olhe ao seu redor e observe os reais problemas que podem estar escondidos.

Fontes: http://victimsofcrime.org/media/reporting-on-child-sexual-abuse/child-sexual-abuse-statistics

https://g1.globo.com/mundo/noticia/denunciados-4500-casos-de-pedofilia-na-igreja-catolica-da-australia.ghtml

sábado, 1 de setembro de 2018

A manipulação bíblica contra o gay


A Congregação Cristã no Brasil é categórica ao afirmar que a homossexualidade é pecado. Em meus 11 anos dentro dessa denominação, ouvi diversas pregações sobre como Deus odiava a homossexualidade, e como os que praticam tal ato seriam condenados ao fogo que arde sem nunca se apagar. Dentre as passagens bíblicas favoritas estavam A destruição de Sodoma e Gomorra, A idolatria e depravação dos gentios em Aos Romanos 1, Levíticos 18:22 e passagens bíblicas que afirmam que os efeminados não irão herdar o reino dos céus (como se todo gay fosse efeminado, ou que todo efeminado fosse gay). 

Interessante que o mesmo capítulo em Levíticos 18 também diz que os homens não devem ter relações sexuais com mulheres "no período impuro da menstruação", mas eu nunca ouvi nenhum ancião pregar sobre isso. Já no capítulo seguinte, diz que os homens não devem cortar os cabelos do lado da cabeça, nem aparar as pontas das barbas. Também nunca ouvi nenhuma pregação a respeito. Pelo contrário, na CCB é proibido o uso de barba, contrariando diretamente uma explicita ordenança.

Uma outra passagem bíblia interessantíssima e que eu nunca ouvi a respeito na CCB é a possessão de meninas escravas sexuais,  onde Deus, através de seu porta-vós Moisés, exorta ao povo cometer ao menos três crimes em um só (estupro, pedofilia e escravidão).  Vejamos a Palavra de Deus na íntegra:

E falou o SENHOR a Moisés, dizendo:
Vinga os filhos de Israel dos midianitas; depois recolhido serás ao teu povo.
Falou, pois, Moisés ao povo, dizendo: Armem-se alguns de vós para a guerra, e saiam contra os midianitas, para fazerem a vingança do Senhor contra eles.
Mil de cada tribo, entre todas as tribos de Israel, enviareis à guerra.
Assim foram dados, dos milhares de Israel, mil de cada tribo; doze mil armados para a peleja.
E Moisés os mandou à guerra, mil de cada tribo, e com eles Finéias, filho de Eleazar, o sacerdote, com os vasos do santuário, e com as trombetas do alarido na sua mão.
E pelejaram contra os midianitas, como o Senhor ordenara a Moisés; e mataram a todos os homens.
Mataram também, além dos que já haviam sido mortos, os reis dos midianitas: a Evi, e a Requém, e a Zur, e a Hur, e a Reba, cinco reis dos midianitas; também a Balaão, filho de Beor, mataram à espada.
Porém, os filhos de Israel levaram presas as mulheres dos midianitas e as suas crianças; também levaram todos os seus animais e todo o seu gado, e todos os seus bens.
E queimaram a fogo todas as suas cidades com todas as suas habitações e todos os seus acampamentos.
E tomaram todo o despojo e toda a presa de homens e de animais.
E trouxeram a Moisés e a Eleazar, o sacerdote, e à congregação dos filhos de Israel, os cativos, e a presa, e o despojo, para o arraial, nas campinas de Moabe, que estão junto ao Jordão, na altura de Jericó.
Porém Moisés e Eleazar, o sacerdote, e todos os príncipes da congregação, saíram a recebê-los fora do arraial.
E indignou-se Moisés grandemente contra os oficiais do exército, capitães dos milhares e capitães das centenas, que vinham do serviço da guerra.
E Moisés disse-lhes: Deixastes viver todas as mulheres?
Eis que estas foram as que, por conselho de Balaão, deram ocasião aos filhos de Israel de transgredir contra o Senhor no caso de Peor; por isso houve aquela praga entre a congregação do Senhor.
Agora, pois, matai todo o homem entre as crianças, e matai toda a mulher que conheceu algum homem, deitando-se com ele.
Porém, todas as meninas que não conheceram algum homem, deitando-se com ele, deixai-as viver para vós.
Números 31:1-18

Que Deus amoroso! Todas as propriedades de um povo foram destruídas e seus homens mortos. Não contente, Moisés ainda mandou matar todas as mulheres que não fossem virgens, as crianças do sexo masculino, e as meninas virgens serviriam de escravas sexuais

É evidente que a moral da sociedade mudou nos últimos milênios. Genocídio é crime, destruição de propriedade alheia, também. O que dizer então de escravas sexuais? Meninas??? Aparentemente a Bíblia não é o melhor dos livros a ser usado como exemplo ético para os dias atuais.

Em pleno século XXI, nas sociedades civilizadas, o entendimento a respeito da orientação sexual evoluiu. Não é mais crime dois homens ou duas mulheres se casarem. Mas é crime um homem se casar com ou possuir uma criança ou adolescente, o que pela Bíblia era visto como algo normal. Mesmo no Novo Testamento encontramos trechos absurdos como "vós escravos sedes sujeitos aos vossos senhores, não somente aos bons, mas também aos maus" ou "as mulheres estejam caladas nas igrejas, pois é indecente que falem. Se salvarão dando à luz a filhos". 

É incrível como religiosos são cegos em pontos tão críticos e intolerantes no convívio com as diferenças. Escolhem partes que suportam seus preconceitos e descartam outras desconcertantes, como Números 31. Fariseus dos tempos modernos, manipuladores das massas.