Houve uma época em que ser gay era algo estritamente tabu,
quase que proibido ou um crime. Neste cenário, grande parte dos gays acabava
assumindo um comportamento social hétero, inclusive se casando e tendo filhos
para serem aceitos na sociedade. Com seus desejos ocultados, muitos destes
acabavam por viver aventuras sexuais perigosas e em condições vexaminosas. Não
que isto não continue a ocorrer. Sabemos que há muitos gays dentro das igrejas
evangélicas que ainda sofrem toda esta pressão sócio-religiosa e, no fim,
acabam dando vazão ao seu verdadeiro eu de uma forma, digamos, pouco honesta
consigo mesmos e com aqueles que os cercam, afinal gays não são bem vindos nas
igrejas a menos que eles finjam ser héteros ou que permaneçam “eunucos”.
Nossa sociedade já evoluiu muito na questão da aceitação
social do gay, mas claro, esta aceitação ainda não é homogênea e existe, de
fato, muito preconceito em certas camadas da sociedade. Pessoas que vivem no
interior tendem a ser menos tolerantes quando a questão é homossexualidade, bem
como aquelas com menor nível de instrução educacional. No entanto, em maio de 2011
o Supremo Tribunal Federal votou a favor da união estável para casais gays, decisão
esta que levou também ao casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. Isto não
foi um fato novo para a justiça brasileira, mas sim uma formalização à jurisprudência
do que já estava ocorrendo havia décadas no Brasil: casais homossexuais
reivindicavam seus direitos junto à justiça por estarem há anos compartilhando
suas vidas sob o mesmo teto. E por que será que estes casais o faziam? Por
questões tão obvias quanto aquelas dos casais héteros que sempre tiveram o
direito de formalizar suas uniões perante a lei brasileira.
De alguns anos para cá, mais e mais gays estão tendo a
coragem de assumirem sua homosexualidade perante a sociedade, como também um
relacionamento com alguém do mesmo sexo. E se eles assumem um relacionamento e
vão morar juntos, logo também possuem direitos e obrigações. Por esta razão, o
número de casais gays buscando a justiça para formalizar suas uniões estáveis
tem crescido demasiadamente deste a decisão do Supremo. Se estas pessoas
estivessem interessadas somente em sexo sem compromisso, será mesmo que elas se
importariam em formalizar suas relações? Obvio que não. Elas o fazem justamente
por possuírem um pacto mútuo de amor e fidelidade. Elas possuem uma história
de vida em comum.
Existe promiscuidade no mundo GLBT? É claro que sim, e eu não
estou tentando dizer que o mundo gay é puro e imaculado. Mas será que o “mundo
hétero” é tão puro, ou mais puro que o gay? Pare por um momento e pense em
quantos casos de traição você tem conhecimento entre héteros. Quantas héteros
você conhece que só pensam em sexo, que não querem compromisso com ninguém, que
traem a seus parceiros? A promiscuidade é tão antiga quanto a própria
humanidade. Até mesmo na Bíblia temos exemplos claros disto:
- As filhas de Ló embebedaram o próprio pai e transaram com ele com a desculpa de “suscitar semente”;
- Davi se apaixonou por uma mulher casada (Bate-Seba) e cometeu adultério com ela;
- Salomão, filho do adultério de Davi, teve 700 mulheres e 300 concubinas;
- Sara ofereceu sua escrava egípcia para que seu esposo, Abraão, pudesse ter um filho com ela, já que ela era estéril;
- Nas batalhas travadas entre Israel e outros exércitos, Deus mandava que os soldados tomassem as mulheres virgens para si como escravas sexuais;
Só para mencionar alguns exemplos. Fora os casos de anciães
e pastores que cometem adultério e continuam pregando como se não estivessem
praticando nada de grave até serem descobertos. Enfim, a promiscuidade e a
infidelidade não é nada particular ao mundo gay, mas sim ao gênero humano em
geral. Dentre estes, há aqueles que decidem permanecer com uma única pessoa em
suas vidas, como diz a frase clássica: "na alegria e na tristeza, na saúde e na
doença, até que a morte (ou o divórcio rs) os separe". Portanto, existe sim
fidelidade, lealdade, parceria, amor, entendimento, compreensão e
comprometimento entre os casais gays que decidem ser exclusivamente um do
outro.
Muitas vezes a historia de vida em comum não o/a impede de trair, portanto fidelidade vai além disso tudo. O caráter de cada um é muito importante e infelizmente, isso somente o tempo pode dizer. Aliás te parabenizo pelo Blog! Tô sempre acompanhando as atualizações. Abraços Brandon
ResponderExcluirSou bi, casado, tenho filho. No meu caso se eu tiver relação com outro homem fora do casamento é traição...sinto prazer com minha mulher,,,desejo ter relacionamento com homens mais velhos, O que fazer???
ResponderExcluir